domingo, 31 de julho de 2011

JUSTIÇA!

Em reportagem uma revista local, eu terminava a minha matéria com a seguinte frase: contrate um profissional! Conte sempre com um profissional! Mas, eu acho que não estava sendo bem claro com o que eu queria dizer. Por diversas vezes eu tenho percebido que há uma grande inversão de valores desde o momento da elaboração do projeto até a obra propriamente dita. É equivocado se pensar que não há a necessidade da participação de um profissional (engenheiro/ arquiteto) na elaboração do mesmo do projeto (que muitas, várias, diversas vezes, chamam de desenho). Oras, um desenho quem faz é um desenhista, e, o que ele desenhar, não é dele, em momento algum a responsabilidade na hora da construção. O desenhista pode até efetuar todo o estudo para atender o gosto do cliente, mas, quem é que vai assinar o projeto, ou melhor, o desenho feito? Acontece sempre assim: o desenhista é procurado para fazer o desenho; cobra pelo desenho, um determinado valor pela metragem quadrada da construção; o interessado ou procura um profissional ou recebe a indicação do próprio engenheiro, e, esse, “apenas assina” o desenho e pronto, o projeto aparece, pronto para ser executado. Agora, em que momento você percebeu eu dizer que foram feitos os devidos cálculos para as sapatas em concreto armado, as vigas baldrames, os pilares, as vigas superiores, a laje? Como é que o desenhista calculou tudo isso para garantir toda a segurança devida no projeto para que o profissional selecionado se responsabilizasse pela obra que irá surgir. Dizem que basta repetir o mesmo projeto de estrutura para todas as obras semelhantes que ta tudo bem. Aí, vem a pergunta: se o estrutural é igual para todos, então, por que as normas brasileiras ficam sendo revisadas a todo instante para melhores desempenhos das estruturas em concreto armado? Você já ameaçou perguntar ao seu desenhista qual vai ser a característica ou a resistência do fck do concreto que vai ser utilizado na sua construção? Ah! O mestre de obras sabe! Certo! E o traço? Por que vai ser x e não y? Ah, vai ser x, porque eu o meu mestre de obras já executou mais de 20 obras, é super indicado na cidade, e, nenhuma delas caiu!!! Bela defesa!!! Pessoal, atente-se para o seguinte: o gasto que se tem com mestre de obras seria semelhante ao valor pago a uma empresa com profissional qualificado que garantirá a sua construção com a maior economia possível e com o menor desperdício! Posso fazer mais uma pergunta? O engenheiro que assinou seu desenho, quero dizer, seu projeto, quantas vezes apareceu na sua obra para ver a execução da parte mais importante dela, que seria na hora da concretagem? Será que o projeto estrutural foi seguido (se é que ele foi feito. FEITO = CALCULADO)? Conversando com uma colega de profissão a respeito desse assunto, ela mesma mencionou que ela não foi para a Faculdade para aprender a assinar o nome dela, ela já foi para lá alfabetizada. Bela colocação! Se um projeto pode ser executado por apenas uma assinatura, eu não consigo entender o porque que o CREA notifica quem está executando suas edificações sem um projeto de autoria e sem um responsável pela execução? Está na hora de o CREA fazer uma averiguação e inserir no quadro profissionais da área para poderem além de notificar, avaliar a construção e verificar se está com o profissional responsável acompanhando aquele desenho que ele assinou, e, se estiver, aí sim pode ter virado um projeto. Não basta apenas desenhar bonito, todos os cálculos devem ser feitos, para garantir a segurança de cada um que pretende realizar o sonho da construção. Um projeto completo é composto de: uma planta baixa da construção, com cortes transversais e longitudinais (pense num bolo comprido cortado nos dois sentidos, o menor, é o transversal e o maior longitudinal), projeto estrutural, elétrico, hidráulico, sanitário, para-raio*, mecânica* etc... O profissional que se responsabiliza pela sua obra, tem que ter uma ART para cada um desses projetos, garantindo assim a sua segurança e a segurança de quem habitará a construção. Claro que todos os projetos devem ter uma aprovação prévia na Prefeitura para receber o Alvará. Mas, e os outros projetos que competem as concessionárias de energia e água? Elas deveriam avaliar todos os projetos, para poder, aí sim, a Prefeitura liberar o Alvará de Construção, para que a obra fosse feita com todo esmero, cuidado e garantia, com o aval do CREA. Não se iluda, apenas com o fato de ganhar um desenho! Lute pelo seu direito, pois, numa eventualidade, quem é que vai responder por uma possível avaria na sua construção? Quem você iria culpar? O Profissional, o Desenhista, ou a terceira pessoa que foi citada no título dessa matéria? Até a próxima.

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